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quarta-feira, 14 de abril de 2010

O TRABALHO DE MEDIAÇÃO É INDISPENSÁVEL

Quando se trata da relação entre a criança e a mídia, saber que se pode e se deve cobrar qualidade é fundamental. Atualmente as crianças não são apenas espectadores, mas também personagens de muitos produtos que a TV, o rádio, o cinema, a internet etc. oferecem. No passado a tendência era representar as crianças como ingênuas, em linguagem “tatibitate”, como se não tivessem opinião própria ou capacidade de refletir.


Quando se analisa a forma como a mídia retrata a criança percebe-se que ainda há a o reforço e a criação de estereótipos. Os segmentos sociais que sofrem preconceitos precisam ter sua realidade contextualizada. A equipe do LAPIC (Laboratório de Pesquisa sobre Infância, Imaginário e Comunicação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) informa que “o impacto de não aparecerem é ruim, porque parece que são exceções, e não fazem parte da vida das pessoas, especialmente os deficientes. A busca por aproximação dos modelos impostos pela mídia, que se transformam em objetos de desejo, por seu valor estético ou de consumo, pode gerar frustrações e revolta, desencadeando desajustes de naturezas diversas”.

A faixa de 0 a 6 anos, apesar de uns tempos para cá serem considerados como audiência efetiva, atualmente possui canais especialmente dirigidos a eles, com programas melhores, educativos e menos nocivos. De 7 a 12 anos são mais atingidos e começam a ter uma percepção mais apurada sobre os significados dos valores que regem a sociedade. Começa a questionar e refletir com mais independência. Para os pais é preocupante, pois começam a ter mais independências em suas escolhas, o que as deixa mais expostas a conteúdos muitas vezes impróprios, seja pelo bombardeamento de consumo ou na forma como aparecem na ficção.

É necessário constituir um sistema de produção mais responsável, mais empenhado em saber de fato quais são os direitos das crianças e os limites éticos para se tratar crianças na mídia, e que se tenha dimensão da importância desse público que ainda está em formação. Segundo os pesquisadores da LAPIC, soma-se a isso a necessidade de se travar um diálogo entre essa indústria cultural e a academia, que tem uma vasta e permanente produção de conhecimento sobre crianças e jovens. A produção destinada a esse público está mais preocupada em como transformar aqueles indivíduos em consumidores e adultos o mais rápido possível.



Fonte: Revista Nós da Escola - Ano 5 n°53 (2007) - MULTIRIO

2 comentários:

  1. "Exploração do trabalho infantil é ignorância, só faz destruir a esperança..." já dizia a letra de uma canção.

    Agora, mídia que se aproveita de uma determinada produção infantil, para "transformá-los em consumidores e adultos o mais rápido possível", isso eu, sinceramente, acho que não é bem assim!

    As crianças estão aí gente! E não são bobas! Não é mais como antigamente que não tinham vez e direito de se expressar e fazer suas próprias escolhas. Hoje em dia muitos pais são "reféns" de seus próprios filhos. A transformação não é causada pela mídia, por programas, por publicidade... Acho que o lance é a educação; educação que se aprende com os pais, com a família. Aquela educação que forma os indivíduos.

    Frustrações, revoltas e desajustes não são culpa da mídia. Muito menos da publicidade. Definitivamente.

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  2. É preciso mesmo ter cuidado com relação ao público infantil. Pois a indução é fácil.
    Qualquer criança ao ver uma propaganda de um brinquedo ou qualquer outro produto infantil fica "vidrada".

    Quando assisto ao comercial de sorvete (aquele em que os personagens são feitos de sorvete de creme) Hummmmmmm... até eu queria estar naquele "mundo de sorvete", para consumir tudinho..srsrsrs (imagine uma criança!)

    E também tem o aspecto da abordágem...as crianças não são iguais. Afinal, ninguém é igual... então é preciso "falar" com a criança deficiente e não deficiente respeitando as diferença, é preciso mostrar algo mais próximo da realidade. Sem chocar.. é claro!

    Muita fantasia confunde e muita realidade dura, amedronta... e vamos combinar - Não vende!

    Que as crianças são consumidores todos sabem. Mesmo que alguns não concordem em explorar esse mercado. Mas a propaganda está aí para isso mesmo... vender!
    Claro, deve respeitar o público para qual pretende vender.

    Ah! gente.. desculpe! "falei" de mais...

    Abraço,
    Pizzolati

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